domingo, 18 de outubro de 2015

Despreparo persiste no Matéria Prima

Ainda há o que melhorar no jornal-laboratório e a solução é o estudo permanente da língua e das técnicas jornalísticas


 Ilustração/Raisa Marcondes
 
Raisa Marcondes
O jornal Matéria Prima é um laboratório de textos. Isso significa que seus integrantes são jornalistas em formação e escrever quinzenalmente reportagens para o MP é uma forma de preparação e aprendizado. Há cada 15 dias, os textos originais são apresentados para revisão pela professora e somente após correção é que são publicados.

Mas mesmo com todas as semanas de correção que já se passaram, os "alunos repórteres" ainda não estão completamente preparados para assumir um lugar na redação de qualquer jornal. Aliás, muitos ainda cometem os mesmos erros de português, como crase e pontuação. Até a padronização (que permite que haja um modelo a ser seguido para escrever), tem deixado a desejar em certos casos.Dad Squarisi e Arlete Salvador, no livro “A arte de escrever bem”, dizem que o domínio do idioma e a capacidade de leitura são quesitos necessários para haver uma linguagem clara. Também dizem que uma frase elegante é uma conquista pessoal e vem do exercício diário da vontade de melhorar. A vontade de melhorar deve estar acompanhada de um estudo frequente da Língua Portuguesa, ainda mais agora que passou recentemente por mudanças em sua estrutura. Outra autora, a jornalista Thais de Mendonça Jorge, no seu livro “Manual do Foca”, alerta para a necessidade de o repórter ter bagagem cultural (que mais uma vez vem pelo estudo permanente), e ter domínio do português.Outro tipo de falha comum - e preocupante -, é a falta de especificação da fonte de informação. Muitas vezes o estudante refere-se somente à profissão da fonte, de maneira generalizada. Classifica uma fonte como psicóloga, outra como médica, outras como professora, cabeleireiro e administrador de empresas. Nos textos publicados este semestre no jornal Matéria Prima observa-se que ainda não há preocupação com o domínio que a fonte escolhida para a entrevista tem sobre o assunto em questão. Esse cuidado é o que torna a informação muito mais rica, precisa e, consequentemente, mais legitima. Luiz Costa Pereira Júnior, ao parafrasear Nilson Lage, no seu livro “A apuração da notícia”, diz que o público deve receber tanta informação quanto possível sobre a confiabilidade de uma fonte. Deve haver preocupação em achar fontes que tenham um trabalho o mais específico possível com relação ao assunto do qual se trata. Nem todo médico pode responder questões sobre a saúde e nem todo psicólogo pode responder sobre o comportamento humano em casos variados.O cuidado com a escolha das fontes de informação deve começar aqui, enquanto ainda se é estudante de jornalismo. Com isso, o futuro jornalista passa a ter discernimento e saberá diferenciar bem informação verídica de mera manipulação.

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