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Raisa Marcondes De quatro em quatro anos os brasileiros saem de suas casas em direção às milhares de urnas espalhadas por todo o país para escolher o próximo chefe de Estado, que estará no comando por mais quatro anos. A escolha é importante e é, além de uma obrigação, o exercício da cidadania ao qual todas as pessoas têm direito.
Porém, nem tudo é fácil. Assim como há os que já sabem em quem votar, há os que já sabem em quem não votar. É aí que entra o voto nulo. No segundo turno eleitoral deste ano, de acordo com o portal de notícias G1, a porcentagem de votos nulos foi de 4,40%, o que equivale 4,6 milhões de brasileiros. Mas, pelas pesquisas eleitorais, esses votos são contados como não-válidos.
Porém, até quando um voto nulo pode ser considerado como não válido? O voto nulo é, realmente, o não exercício da cidadania? Ou será que se pode pensar no voto nulo como um grito (modesto) de um povo descontente com a atual situação política do país?
Pouco tempo antes do segundo turno das eleições 2010, Plínio Arruda, candidato à presidência pelo PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), por meio do serviço twittcam, veio a público pedir aos brasileiros que exercessem a cidadania e escolhessem não escolher.
Como cidadão, o brasileiro tem esse direito, sim. Há que se fazer uma reflexão e pensar: “Votar pelo ‘menos pior’ ou anular?”. O direito à escolha é precioso e dá ao Brasil a condição de país democrático. Porém, há que se pensar que votando nulo não se deixa de exercer a cidadania. Aliás, ao votar nulo e escolher não votar em nenhum candidato, mostra-se o descontentamento com a situação política. Escolher não escolher é escolher votar pela mudança. O povo brasileiro pode votar nulo sem se preocupar com a “falta” do exercício da democracia. Ela, a democracia, se faz quando votamos com consciência. Sem pensar no “menos pior” ou no que “rouba mas faz”. Votar com consciência é votar sabendo que tal candidato fará o que é melhor para o país. Votar consciente talvez, em alguns casos, possa significar votar nulo. Se for, que o brasileiro possa realmente exercer a cidadania e escolher não escolher para que a insatisfação possa ser notada e, quem sabe, ouvida. |
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